quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Feliciano defende Sheherazade do que chamou de 'intimidação' do PSOL


Depois de o Psol anunciar que irá protocolar no Ministério Público uma representação contra a apresentadora do telejornal SBT Brasil, Rachel Sheherazade, por supostamente "incitar" os crimes de tortura e linchamento, o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC) usou a tribuna na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira para criticar a atitude do deputado Ivan Valente (Psol-RJ) e defender a jornalista. 

A apresentadora se pronunciou sobre a ação dos responsáveis por prender um rapaz com três passagens pela polícia por roubo e furto em um poste, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

"Uso desta tribuna para registrar minha preocupação com atitudes de alguns parlamentares desta Casa que pregam uma coisa e praticam o oposto, como pude comprovar ontem nesta tribuna o Exmo. Deputado Ivan Valente, do PSOL, ameaçando processar a jornalista Rachel Sherazade, do SBT, competente profissional com a qual às vezes mesmo não concordando com algumas de suas colocações, tenho por ela o mais profundo respeito pela maneira ponderada e isenta com a qual expõe suas opiniões", afirmou Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Feliciano considerou a atuação de Valente diante do ocorrido como "censor" e de uma "torpe tentativa de intimidação". "Como responsabilizar a jornalista, ela não criou o fato, apenas informou, e manifestou com parcimônia o que todos nós sentimos uma insegurança generalizada, e ela apenas demonstrou compreensão pela atitude de pessoas ordeiras e de bem, que apenas extravasaram um sentimento que tem tomado grande parte da sociedade, já que autoridades legislativas não se preocupam em apresentar leis que realmente intimidem quem envereda para o crime, mas ao contrário, tentar atacar quem se indigna numa odiosa inversão de valores", declarou na tribuna.

O discurso do deputado federal evangélico foi postado sob o título Liberdade de Expressão. "Quando vejo um ancião mostrando sua verdadeira pele se travestindo de polícia, inclusive já enquadrando na delação a tipificação penal, atribuição essa, penso ser do delegado de polícia, sugiro que esse senhor complete o trabalho, dose a pena e execute mandando prender tão perigosa meliante. Em que mundo estamos vivendo com tanto estelionato intelectual, jogo de cena chamando pra si holofotes. Sugiro reflexão para não tornarmos rasa nossa missão nessa casa, com denúncias espalhafatosas que sabe serem infundadas e que não perpassam a mais elementar análise jurídica. Agora aviso aos navegantes e pescadores de aquário, atribuir um crime a alguém que não o tenha cometido é calúnia, aí sim o feitiço pode virar contra o feiticeiro, como diz o velho adágio sem trocadilho", declarou.

Para completar, Feliciano disse que é preciso indagar se é justo o uso de pesos e medidas diferentes na hora de ameaçar processo contra uma jornalista "que apenas cumpre seu dever de informar" e em relação a programas que apresentam matérias nocivas a "boa formação de crianças e jovens". Várias vezes fui vítima de ataques gratuitos e caluniosos por parte de parlamentares desse partido, sempre me calei, mas, decidi me manifestar nesse momento para que esses senhores reflitam se alguém ainda dá crédito a essa falácia, como se fossem o último baluarte da moralidade de tão corretos, creio que tenham lugar garantido no céu, o de Dante é claro", completou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário