terça-feira, 21 de maio de 2013

Brasil negocia importação de médicos europeus


O Governo Federal deu mais um passo no sentido de viabilizar a vinda de médicos estrangeiros para trabalhar em cidades do interior do país. Ontem (20), na Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra (Suíça), os secretários de Vigilância Sanitária, Jarbas Barbosa, e de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozar Sales, reuniram-se com representantes do Reino Unido, do Canadá, da Espanha e de Portugal.
O objetivo do encontro foi conhecer a experiência que aqueles países têm com atração dos médicos estrangeiros e deixar clara a intenção do Brasil de fechar parcerias nesse sentido. Não houve apresentação de uma medida consolidada, mas, de acordo com o Ministério da Saúde, ao qual os dois secretários são ligados, os representantes europeus se mostraram simpáticos à proposta brasileira, principalmente os espanhóis, por causa da crise que atinge o continente e do alto índice de desemprego no país.
Apesar do esforço, o governo ainda não conseguiu convencer as entidades que representam os médicos de que a importação de mão de obra é benéfica. As associações classistas são contra a vinda desses profissionais sem a necessidade de revalidação do diploma. No início do mês, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, divulgou a intenção de trazer seis mil médicos cubanos ao Brasil.

Após o anúncio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a prioridade do governo é fazer intercâmbio com Espanha e Portugal. Segundo ele, a medida está em estudo porque faltam médicos no país e é necessário suprir a demanda da população. De acordo com levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem uma taxa de 1,8 médico por grupo de mil habitantes, enquanto Espanha e Portugal têm taxa que chega a 4 por mil.
De acordo com o presidente do CFM, Luiz Roberto d’Ávila, o problema no Brasil não é a falta de médicos, mas a má distribuição desses profissionais. “A pergunta é porque os médicos brasileiros não querem trabalhar no interior do país. Não há estrutura, não há política de incentivo para eles irem. É isso que o governo tem de resolver, tem de criar uma carreira de estado”, diz d’Ávila.


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