segunda-feira, 12 de julho de 2021

Ao falar, ontem, com exclusividade para o Nordeste, numa entrevista ao Frente a Frente, o apresentador José Luiz Datena, da Band em São Paulo, não se inibiu em bater no presidente Bolsonaro nem tampouco no ex-presidente Lula. Datena é uma aposta do PSL de construção da terceira via na disputa pelo Planalto, num movimento deflagrado pelo presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, coincidentemente pelo mesmo partido que Bolsonaro se elegeu em 2018.


 Datena já tem o discurso alinhado na ponta da língua para entrar no embate frente a Bolsonaro e Lula. Sobre o presidente da República, disse que há um processo claro de derretimento do Governo, principalmente depois das denúncias de cobrança de propinas na compra de vacinas. “Hoje, Bolsonaro já perdeu 25% dos eleitores que votaram nele e apostaram numa grande mudança, segundo apontam as pesquisas de intenção de voto”, assinalou.

Quanto a Lula, disse que não pretende entrar, de imediato, numa guerra aberta, mas fica claro, segundo ele, que o Supremo o tirou da cadeia para derrotar Bolsonaro. “Soltaram Geddel, Palocci e Eduardo Cunha para beneficiar Lula com a anulação da leitura de prisão em segunda instância pelo STF. Não quero uma briga aberta com o Lula, mas tiraram ele da cadeia para derrotar Bolsonaro”, afirmou.

Para Datena, no momento em que o Supremo salvou Lula, abriu as portas do inferno na cara da sociedade sem proteção. “Até chefe do PCC tiraram da cadeia com o fim da prisão em segunda instância. Lula, que montou uma das maiores quadrilhas dos últimos tempos no Brasil, não foi inocentado. Foi apenas anistiado, porque foi mal julgado e mal investigado. Sabe quando haverá um novo julgamento das penas graves que ele cometeu? Nunca mais”, desabafou.

O apresentador diz que não tem medo de enfrentar nenhum dos dois candidatos bem posicionados na pesquisa, mas que não pode se apresentar como candidato de si próprio, atrair o maior número de partidos aliados e aceitação popular. “Política é destino, dizia Tancredo. Primeiro, tem que aparecer os partidos que me apoiem. Já tentei sair prefeito de São Paulo, meu nome chegou a ser ventilado a vice do prefeito Bruno Covas, mas só entro com segurança esse caminho, não vou me ferrar por causa desses caras. “A maior malandragem é o cara ser honesto”, dizia meu pai”.

Paixão pernambucana – Simpático e acessível, Datena revelou, ontem, antes da entrevista, sua paixão por Pernambuco. Relembrou o tempo em que esteve com muita frequência no Recife apresentando o Verão Vivo, na praia de Boa Viagem, criado pelo saudoso Luciano do Vale, que morou por muito tempo no Estado, com residência fixa em Porto de Galinhas. “Eu sobrevoava o litoral, esse litoral lindo e maravilhoso na cobertura do Verão Vivo”, disse. O apresentador também atuou muito no Nordeste, segundo ele, na transmissão de jogos pelo campeonato brasileiro como narrador. 

Pau nos governadores – Na mesma entrevista, Datena fez um duro ataque aos governadores em geral, principalmente os nordestinos que, segundo ele, desviaram recursos federais da pandemia e cometeram o crime de comprar respiradores para porcos. “Esses (os governadores) acusam Bolsonaro de Genocida, mas são, igualmente, negacionistas”, disse. Para ele, o Brasil continua com políticos que confundem o que está na Constituição, de que se governa para o povo. “Muitos governam para o bolso e pelo bolso”, ironizou.

Visão de Ciro – O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) endossou, ontem, a convicção que dirigentes partidários manifestaram depois das últimas pesquisas eleitorais. Para ele, Jair Bolsonaro passará por um derretimento ainda maior e "qualquer um" irá derrotá-lo. O pedetista tem aparecido em terceiro nos levantamentos, atrás do atual mandatário e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)."Qualquer um de nós vai derrotar o Bolsonaro. Mas não vamos abaixar a arma, porque ele é muito perigoso. Nós só vamos abaixar as armas quando ele estiver enterrado politicamente", disse em encontro com o babalaô Ivanir dos Santos e outras lideranças negras no Rio de Janeiro.

Vacinação avança – Ao todo, 30.675.030 de pessoas completaram o esquema vacinal contra a covid-19, ou seja, tomaram a segunda dose ou a dose única de vacinas e estão imunizadas no Brasil. O número representa 14.49% da população, conforme a projeção de habitantes para 2021 feita pelo IBGE. Dos quatro imunizantes contra a doença utilizados no País para combater a doença, três necessitam da aplicação de duas doses. São elas: Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac. Apenas a Janssen é administrada em dose única. Até ontem, 2.501.158 pessoas receberam a Janssen, enquanto 28.173.872 receberam a segunda dose de uma das três vacinas disponíveis no País. Outras 55.948.182 aguardam para completar o esquema vacinal.

Pesquisas - Este blog começa, hoje, por Serra Talhada, uma série de pesquisas de avaliação dos primeiros seis meses das gestões municipais. No caso de Serra, a população foi ouvida sobre o Governo da prefeita Márcia Conrado (PT) e as áreas da sua gestão que mais atenderam às expectativas em relação ao que ela prometeu ao longo da campanha. Traz também o primeiro cenário da eleição do próximo ano, de presidente a deputado estadual. O levantamento é do Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), parceiro deste blog há mais de dez anos. A postagem será feita, pontualmente, às 9 horas.

CURTAS

CÂMARA ARROMBADA – A Câmara de Vereadores de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul, foi arrombada na madrugada da última segunda-feira. Roubaram objetos e danificaram equipamentos e móveis. Imagens enviadas ao WhatsApp da TV Globo mostraram os danos na área administrativa na sede do Poder Legislativo da cidade, que fica distante 114 quilômetros do Recife. Nas imagens é possível observar móveis revirados e equipamentos jogados no chão.

HERDEIRO DE FIUZA – O Partido Solidariedade lançou, ontem, a pré-candidatura a deputado estadual de Ricardo Fiuza Neto, de 24 anos, que atua no ramo da advocacia no Recife. Ele é neto do ex-deputado Ricardo Fiuza, que conquistou diversos mandatos por Pernambuco na Câmara Federal, chegando a ser ministro da Ação Social e da Casa Civil no Governo Collor.

Perguntar não ofende: A CPI da Covid desistiu de investigar a roubalheira dos governadores e prefeitos?

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