sábado, 11 de dezembro de 2021

Rodovias pernambucanas: 72,2% da malha é ruim


 A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) avalia, todos os anos, a infraestrutura rodoviária brasileira - a federal (BR-s) e os principais trechos estaduais, analisando detalhadamente desde a qualidade do pavimento (asfalto) à sinalização. E as condições das vias que cortam Pernambuco são ruins, muitos ruins, segundo a pesquisa divulgada esta semana pela instituição. Quem dirige pela duplicada BR-232, por exemplo, sabe muito bem: é a maior BR em linha reta com mais quebra-molas e buracos da América Latina. Quem tem a ousadia de ir à turística cidade de Triunfo e pega a PE-365 sente vontade de voltar no meio do caminho. 

Bem, em 2021, foram verificados in-loco por servidores da CNT exatos 3.203km de estradas em Pernambuco. No geral, 72,2% da malha rodoviária pavimentada do estado são regulares, ruins ou péssimas. Apenas 27,8% são consideradas ótimas ou boas. Só para comparar: na Paraíba, esse percentual de ruindade, digamos assim, é de 53,5% - ou quase 19 pontos percentuais abaixo de Pernambuco. Em Alagoas, então, nem se fala: 73% da malha do pequebno estado são ótimas ou boas. Pior, só no Maranhão: lá, quase 80% das rodovias, de alguma forma, não prestam.

A CNT especifica onde há problemas observando área por área, setor por setor. Por exemplo: em relação ao pavimento, a constatação foi que 43,3% da extensão da malha rodoviária de Pernambuco têm problemas. Já a sinalização é considerada regular, ruim ou péssima em 85,6% da malha rodoviária do estado. Por exemplo: 14,6% da extensão está sem faixa central e 31,2% não têm faixas laterais. E rodovia sem sinalização mata, como sabemos.

O traçado das vias das estradas de Pernambuco é uma tragédia: 67,4% delas apresentam algum tipo de problema. As pistas simples predominam em 84%. Falta acostamento em 33,6% dos trechos avaliados e 86,1% dos locais com curvas perigosas não têm sinalização. Repetindo: 86,1% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização. Por fim, a pesquisa identificou 50 pontos críticos no estado (sendo 42 trechos com buracos maiores do que um pneu).  

O custo operacional a mais do transporte provocado pelas condições do pavimento no estado chega aos 26,1% - e isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos, obviamente. A CNT estima que os investimentos necessários para recuperar as rodovias em Pernambuco, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são de R$ 1,6 bilhão. 

E os efeitos diretos no meio ambiente? Este ano, segundo a CNT, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 23,3 milhões de litros de diesel devido à má qualidade das pistas do estado. Esse desperdício custará R$ 102,5 milhões aos transportadores, sendo empresas ou avulsos.

A região Nordeste teve analisados 29.220 km - o que representa 26,8% do total pesquisado no Brasil. Estado geral? Exatos 64,1% da malha rodoviária pavimentada é regular, ruim ou péssima. A sinalização é fraca em 66% da extensão. A geometria da via (traçado) é fraca em 62,4% do trecho percorrido. A pesquisa identificou 843 pontos críticos na região. Os investimentos necessários para recuperar as rodovias no Nordeste passam dos R$ 15,2 bilhões. l

Alagoas - A CNT mostra que Alagoas está bem melhor do que Pernambuco. Foram analisados 840km por lá, sendo que o estado geral mostra 27% da malha rodoviária com problema, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas, e 73% da malha são ótimas ou boas.

Sergipe - Foram verificados 653km em Sergipe: 74,3% têm problema (regulares, ruins ou péssimos). 

Bahia - O estado geral da malha baiana é ruim, com 61,2% defeituosa. O traçado das vias que cortam a Bahia também até para se ‘admirar’: as pistas simples predominam em 95,6% dos quilômetros avaliados. Falta acostamento em 38,4% dos trechos.
 
Rio Grande do Norte - Foram analisados 1.879 km. E 67,1% das rodovias têm problema (regulares, ruins ou péssimas). A qualidade do asfalto recebe essas qualificações em 63,6% da extensão rodoviária.

Ceará - Foram analisados 3.590km, com 68,5% regulares, ruins ou péssimos. De cada 10  quilômetros rodados, os cearenses fazem 9 por pistas simples. 

Piauí - Dos 3.446km verificados, 50,3% são problemáticos - mas é um bom índice comparando-se com Pernambuco, por exemplo.

Saiba mais - A pesquisa CNT de Rodovias  avaliou 109 mil  quilômetros no país, mostrando problemas em mais da metade (61,8%) da extensão pesquisada. Para piorar, 2021 foi o ano em que o país registrou o mais baixo investimento do governo federal em infraestrutura de transportes nas últimas duas décadas. “Os resultados mostram um cenário de preocupante queda da qualidade das rodovias brasileiras”, diz o presidente da CNT, Vander Costa. A avaliação dessas rodovias leva em conta, respectivamente, variáveis como condições do pavimento, placas e alguns elementos como as curvas.

Todas as cinco regiões do Brasil foram percorridas, durante 30 dias, por 21 equipes de pesquisadores. O resultado entra na maior série histórica de informações rodoviárias do país coletada pela CNT desde 1995. Na comparação com a edição anterior, chama a atenção o percentual de trechos sob gestão pública. O estado geral ótimo e bom caiu de 32,5%, em 2019, para 28,2%, em 2021. O mesmo ocorre na classificação negativa: a extensão avaliada como regular, ruim e péssimo aumentou de 67,5%, em 2019, para 71,8% em 2021. Em suma, são mais 2.773 km de rodovias que estão em condições insatisfatórias de circulação.

Na prática, é como se o motorista percorresse seis vezes, nessas más condições, o trecho do Rio de Janeiro a São Paulo. A condição de sinalização é outro agravante. Nesse quesito, os problemas nas rodovias públicas aumentaram 12,1 pontos percentuais nos últimos dois anos e passaram de 56,4% para 68,5%.

Nova Strada com câmbio CVT - A Fiat acaba de adotar na linha 2022 da nova Strada duas versões com transmissão automática CVT com simulação de sete velocidades. O câmbio é associado ao motor 1.3 Firefly de até 107cv de potência e oferece três modos de condução. No automático, a central eletrônica faz leituras constantes da forma como o motorista dirige e a situação do veículo para ajustar sempre a melhor relação de marcha com foco no consumo. O modo manual permite a troca das sete marchas de maneira sequencial por meio de borboletas no volante ou pela própria alavanca de câmbio. 

Já o modo Sport é voltado para quem busca uma condução mais e ágil. Nele, a central eletrônica da Strada promove uma série de ajustes para tornar o veículo ainda mais responsivo. O acelerador fica mais sensível, a assistência elétrica da direção é enrijecida e o câmbio CVT adota relações de marcha mais curtas. Suas duas versões de acabamento: a Volcano e a nova Ranch - que, por exemplo, tem carroceria com cores entre o cinza e preto brilhante que se espalham por para-barros e retrovisores, estribos laterais, barras do teto longitudinais etc. A capota marítima é exclusiva com a inscrição “Ranch” gravada na cobertura e as rodas de liga-leve são de 15” com pneus ATR para uso misto. 

O estilo é completado pelos faróis de LED afilados com luzes DRL. O interior da versão Ranch tem painel com pintura em dois tons, com elementos marrons (a mesma configuração da Nova Toro) e saídas de ar, costura do volante de couro, na coifa do câmbio e nos bancos em preto brilhante. O pacote de segurança mantém os controles de estabilidade com assistente de partida em rampa e do de tração avançado E-Locker (TC+), que garantie mais fdorça mesmo em pisos escorregadios a até 65 km/h. E são quatro airbags de série, com bolsas laterais que protegem simultaneamente o tórax e a cabeça dos ocupantes. 

Em relação à tecnologia, destaque para o sistema multimídia de 7” - único do segmento a oferecer conectividade com Android Auto e Apple Carplay sem cabos  - que agora passa a oferecer Wireless Charger, para carregamento do smartphone sem fio. 
Um segundo conector USB permite aos passageiros do banco traseiro carregarem seu aparelho celular, ao mesmo tempo que aproveitam o amplo espaço e o fácil acesso graças às portas traseiras com abertura de 80º. Os assentos traseiros laterais também possuem fixação Isofix para cadeirinhas. A picapinha Strada existe desde 1998 e hoje é o comercial leve mais vendido do Brasil - e pode ser, aliás, o campeão de todas as categorias, como moldelo mais vendido do país.

SW4 GR-S: vale R$ 415,8 mil? - A Toyota acaba de anunciar a chegada do novo SW4 GR-S. O SUV grande mais popular nas estradas nordestinas enfim terá seu representante da Gazoo Racing no Brasil, a divisão esportiva da marca japonesa que leva em consideração o lema “pushing the limits for better” (numa tradução livre, “indo ao limite em busca do melhor”) e que desenvolve carros de alta performance. O SW4 GR-S ‘evoca’ o design esportivo com difusores, spoiler e emblemas só do modelo. Uma versão virá com pintura bicolor, com teto em preto. Internamente, os bancos ganham couro preto, encostos de cabeça dianteiros com selo da marca GR-S e uma tela TFT de 4,2” - que traz gráficos da Toyota Gazoo Racing. 

Os pára-choques dianteiro e traseiro ganharam difusores aerodinâmicos. As rodas de liga leve de 18” têm emblemas GR; os novos faróis, tecnologia Full Led de flashes sequenciais. O modelo tem spoiler traseiro exclusivo e sob a tampa traseira, sistema elétrico de abertura e fechamento com sensor (kick sensor), acionado por movimentos dos pés. Na lista de equipamentos, agrega carregador de celular sem fio e ar-condicionado de duas zonas digital. No quesito segurança, boas novidades: sistema de visão 360°, alerta de tráfego cruzado traseiro e alerta de ponto cego. O pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense incorpora novas funções ao sistema de pré-colisão frontal ao adicionar detecção de pedestres e ciclistas. Ainda na questão relativa à segurança, vale lembrar: todas as versões do SW4 possuem 7 airbags, controles de estabilidade e de tração, controle de descida, assistente de partida em rampa e vários outros recursos.  

O SW4 GR-S mantém o motor 1GD de 2.8 litros com 204 cv de potência, combinado com o sistema de tração 4x2, 4x4 e reduzido 4x4, com acionamento eletrônico, desligamento do diferencial automático e controle ativo de tração. Além disso, adiciona os modos de condução normal, esportivo e eco. A versão tem bancos em couro com detalhes de costuras em vermelho - e o emblema Gazoo Racing bordado no apoio de cabeça. Por se tratar de versão especial, há uma placa de identificação GR-S, próximo ao painel, com número da unidade. Nas pedaleiras, o material é todo produzido em alumínio e, no volante, o revestimento vem com detalhes microperfurados, aliados à costura vermelha.

Scooters elétricos da Shineray - A marca com sede em Pernambuco acaba de lançar três novos modelos no Brasil. Os scooters elétricos PT4 R, PT4 RS e PT4 GT possuem autonomia de 80 km com uma carga e têm motor de 2.000W, suficiente para atingir a velocidade máxima de 45 km/h. A bateria de lítio de 60V e 30A é removível. Mas a carga completa só pode ser alcançada de 8 a 10 horas em uma tomada convencional. E os preços? Variam de R$ 17.490 a R4 18.860.

Venda de carros usados - O comércio de carros usados no Nordeste já registra um aumento de vendas de 22,7% no acumulado do ano (janeiro a novembro). Foram quase 400 mil carros a mais em relação ao ano passado, segundo a Fenauto, a federação dos lojistas multimarcas. O desempenho dos revendendores pernambucanos ficou abaixo, com 18%. O dos piauienses, muito superior à média regional, com 56,5%. Os piores números vêm da Bahia e de Sergipe, com quedas de 11,7% e 9%, respectivamente. As vendas gerais na região, quando comparadas às de novembro com às de novembro do ano passado, ficaram 24% abaixo.

O novo BMW X4 - A versão xDrive 30i M Sport do SUV BMW X4 chega ao mercado brasileiro com visual renovado. Ele adota o mesmo interior do novo BMW Série 4, com painel de instrumentos e central multimídia formando um cockpit com duas telas, de 12,3 polegadas de alta resolução, exibindo as informações do veículo e do sistema de entretenimento (esta última sensível ao toque e compatível com Apple Car Play e Android Auto). O ar-condicionado tem controle de temperatura automático com três zonas. A xDrive30i M Sport traz sob o capô um motor 2.0 turbo que rende 252cv de potência e 35,0kgfm de torque . Neste caso, a aceleração de 0 a 100km/h é feita em 6,4 segundos, com velocidade máxima é de 240km/h. A transmissão é automática de oito marchas, com aletas atrás do volante para trocas manuais. O preço sugerido é de R$ 476 mil.

As vans elétricas da Citroën e da Peugeot - As questões relacionadas à mobilidade e sustentabilidade chegam a um segmento relevante: o transporte urbano de cargas, com vans, minicaminhões e furgões. As francesas vinculadas à Stellantis, por exemplo, apresentaram as e-Jumpy e a e-Expert - e com preço bem salgados, por sinal: R$ 330 mil cada, mas com promessa de retorno a médio prazo, custo de revisões 60% menor e garantia de oito anos (ou 160.000 km) para as baterias. Elas têm motor de 136cv e 26,5 kgfm de torque, com velocidade máxima de 130 km/h e alcance de até 330km. O pacote de itens de série é bom: assistente de partida em rampa, indicador de fadiga, controlador de velocidade, central multimídia, ar-condicionado, monitoramento de pressão dos pneus, sensores crepuscular e de chuva, freio de estacionamento elétrico e sensor de estacionamento traseiro.

Botijão de gás em motos - Um projeto de lei (o 2467/21) que está tramitando na Câmara dos Deputados vai permitir (na verdade, legalizar o que já ocorre em cidades pequenas e médias) o transporte de até dois botijões de gás de cozinha com 13kg em motos. Hoje, se pode carregá-lo desde que com o auxílio do sidecar, dispositivo de única roda acoplado ao lado da moto. A mudança vale para galões com 20 litros de água mineral. O PL prevê que os produtos sejam transportados em dispositivos específicos (seja lá o que for isso) para esse tipo de carga. A iniciativa é do deputado Franco Cartafina (PP-MG). “Em morros ou em vielas estreitas, os veículos com sidecar não têm condições de trafegar”, explicou.

*Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

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