sexta-feira, 4 de junho de 2021

As estradas de Pernambuco, as quais estou sempre nelas, seja em visitas ao meu pai em Afogados da Ingazeira ou em compromissos profissionais, não estão mal conservadas apenas nos trechos cuja manutenção é de responsabilidade do Governo do Estado. A União, que cuida das BRs, também abandonou grande parte, a começar pela mais movimentada, a rodovia 232.


 Na vinda para Afogados da Ingazeira, onde estou desde quinta-feira passada, me deparei com obras tapa-buraco na 232 entre Recife e Caruaru, Caruaru x Recife. As eternas obras sonrisais: basta uma forte chuva para o asfalto ir embora. Não sei o que está acontecendo, mas antes essa manutenção da estrada até Petrolina era invejável, um verdadeiro tapete.

Agora, tudo mudou, embora o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, responsável pelas estradas brasileiras, apareça nas redes sociais dizendo que tem duplicado muitas BRs e ampliado a malha viária até do Amazonas. Só esqueceu Pernambuco. O trecho, por exemplo, da mesma 232, entre Pesqueira e Arcoverde, está uma tábua de pirulito.

E não é de agora. Verdadeiras crateras têm colocado em risco a vida dos motoristas num pedaço da BR muito movimentado e perigoso. Já na BR-104, com 146,7 quilômetros em Pernambuco, importante elo entre os estados da Paraíba e Alagoas, como à BR-101, o Governo também esqueceu, embora esteja sendo duplicada.

Em Caruaru, ela cruza o trecho duplicado da 232, e precisa, urgentemente, dos bons olhares do Governo e da boa vontade do ministro Tarcísio. Quanto às estradas de responsabilidade do Governo de Pernambuco, a chiadeira é muito maior, as coisas acontecem lentamente, como é o caso do trecho entre Cruzeiro do Nordeste e Sertânia.

Sertaniense de origem e coração, a secretária Fernandha Baptista, de Infraestrutura, acha que fez um tapete, um trecho de apenas 9 km dos 48 km da via. Trata-se, porém, de uma obra muito malfeita. O restante, não se sabe ainda quando sairá, enquanto a operação tapa-buraco do trecho a ser restaurado, anda a passos de tartaruga.

Herança maldita – Segundo o Ministério da Infraestrutura, das 38 mil obras levantadas em cinco bancos de dados do Governo Federal, mais de 14 mil foram encontradas paralisadas pelo presidente Bolsonaro, ou seja, mais de um terço das obras que deveriam estar em andamento pelo País, cerca de 37%, não tiveram avanço ou apresentaram baixíssima execução nos últimos dois anos, analisados em cada caso. Juntas, elas alcançam um investimento previsto de R$ 144 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões já foram aplicados.

Boa notícia – Pelos menos em Araripina, a secretária Fernandha Batista está com a bola cheia: conclui a pavimentação da estrada que dá acesso ao povoado de Lagoa do Barro, investimento de R$ 2,5 milhões. Obra executada pelo DER, a estrada é bastante esperada pelos moradores da região, porque vai melhorar o escoamento da produção de gesso e facilitar a circulação da população para o centro de Araripina e localidades ao entorno, e ainda, no escoamento da produção agropecuária e hortifrutigranjeira.

Comando questionado – De Rafael Alcaipani, gerente de relações institucionais do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista à repórter Beatriz Castro, da Globo, sobre a violência da PM no ato contra Bolsonaro no Recife: "As polícias militares têm a obrigação de seguirem a lei. Quando elas não seguem a lei, como aconteceu no Recife, é urgente que se descubra quem foram as pessoas, que elas sejam punidas, senão a gente quebra a ordem, a hierarquia e toda vez que a política entra no quartel, a hierarquia e a ordem saem por outro lado. E toda vez que a hierarquia e a ordem saem do quartel é o comando dos oficiais que fica questionado”.

Protesto isolado – Um grupo de pessoas fez um ato, ontem, no Recife, cobrando respostas sobre a repressão da PM ao protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deixou vários feridos e dois homens sem parte da visão após serem atingidos por balas de borracha atiradas por policiais militares. Com curativos manchados com tinta vermelha nos olhos, eles pediram justiça por Daniel Campelo e Jonas Correia de França, os trabalhadores agredidos.

Senador festeiro – Os vizinhos do condomínio de luxo onde senador Romário mora, na Barra da Tijuca, no Rio, estão revoltados com a postura dele. Segundo informações do jornal O Dia, Romário estaria promovendo diversas festas em meio à pandemia do novo coronavírus. Nas celebrações, existe uma total falta de cuidado com a doença. Todos os convidados sem usar máscaras e muita aglomeração, com isso, indo contra os protocolos de segurança orientados pela OMS. Vale lembrar que em janeiro deste ano, Romário celebrou o seu aniversário em grande estilo e, mais uma vez, não respeitando a forte onda de Covid-19. Os 55 anos do Senador contou com vários convidados famosos, shows e uma lista para 500 pessoas.

CURTAS

Quem mata – O presidente Jair Bolsonaro se dirigiu à cúpula da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado para rebater críticas a sua decisão de trazer a Copa América para o Brasil. “Renan Calheiros, o que mata gente não é quem manda dinheiro para estádio, é quem desvia dinheiro do estádio”, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais.

O ridículo FHC – Do ex-presidente FHC em defesa da CPI da Pandemia: “Pode parecer que é só o show, contém partes de show, mas além disso é um instrumento de defesa da sociedade. O governo não pode dormir porque a CPI acorda, sacode, né?”. “Às vezes há exagero, precisa entender, mas não tem problema. É melhor ter exagero do que não ter CPI”.

Perguntar não ofende: Até quando vai se estender o questionamento ao Governo sobre quem mandou bater nos manifestantes?

Nenhum comentário:

Postar um comentário