A execução das penas dos condenados no mensalão repercutiu entre aliados, oposicionistas e reuniu claques a favor e contra os presos, ontem em São Paulo. A partir do momento em que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, expediu os mandados de prisão, nomes de peso da política nacional e outros participantes do esquema do mensalão se apresentaram às superintendências regionais da Polícia Federal, entre xingamentos e palavras de apoio. Aliados e adversários políticos também correram às mídias sociais para se manifestar. Enquanto a oposição apontou o momento como emblemático, petistas voltaram a tocar na tecla da “injustiça” contra os condenados.Os dois pesos-pesados do PT José Genoino e José Dirceu compararam o momento atual com o período em que ficaram atrás das grades na ditadura. Genoino, ex-presidente do PT, foi o primeiro a ser preso. Em São Paulo, ele chegou por volta das 18h na PF, onde recebeu gritos de apoio e de repúdio. Ao se entregar, o deputado gritou “Viva o PT”. Genoino saiu de casa ao lado da família, que amarrou uma toalha em seus ombros, simulando uma capa de herói.
O ex-ministro José Dirceu passou o dia com a família em Vinhedo (SP). Chegou à unidade da PF em São Paulo por volta de 20h30 e teve a mesma recepção de Genoino. Acompanhado do advogado, parou em frente à porta da PF, bateu no peito e ergueu o punho. Em nota, o ex-ministro, atacou a decisão da Corte e disse que a pena foi aplicada erroneamente. “Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, por meio da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais”, alertou.
Na oposição, as manifestações foram de elogios à Justiça. O senador Álvaro Dias (PSDB- PR) considerou emblemática a decisão do STF. “Esse julgamento condenando líderes políticos ressuscita a esperança de que é possível ver a justiça derrotando a impunidade. É um marco de um novo rumo para a Justiça brasileira.” O presidente do PT, Rui Falcão, por sua vez, repetiu a tese de que o julgamento foi “injusto”, “nitidamente político” e que houve casuísmo.
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